Dólar opera acima de R$ 5,40, em meio a temores de recessão global

By Tyler Benovetti 3 Min Read

O dólar opera em alta nesta terça-feira (12), acima de R$ 5,40, em meio à escalada da aversão global a risco por temores inflacionários e de recessão.

Às 10h32, a moeda norte-americana subia 0,98%, vendida a R$ 5,4232. Veja mais cotações.

No dia anterior, a moeda norte-americana subiu 1,95%, vendida a R$ 5,3705. Com o resultado, acumula alta de 2,63% no mês. No ano, ainda tem desvalorização de 3,66% frente ao real.

O que está mexendo com os mercados?
À medida que os bancos centrais apertam as condições financeiras, a China luta contra a pandemia de Covid-19 e a Europa se mantém afundada em preocupações energéticas, com a ameaça de interrupção de oferta do gás russo, a perspectiva de uma recessão global vai ganhando corpo. Nesse contexto de aversão a ativos de risco, o dólar atingiu a paridade com o euro hoje e, nas máximas do dia, chegou a valer mais do que a moeda da união monetária pela primeira vez desde 2002.

Os investidores voltaram a demonstrar preocupação com a economia da China esta semana, por conta do aumento de casos de Covid-19 no país, que podem levar à adoção de uma nova rodada de medidas de restrição à atividade econômica do país. Além do impacto nos preços das commodities, o cenário dificulta a normalização das cadeias globais de oferta, fator que segue como um empecilho para a queda da inflação ao redor do mundo.

Já nos Estados Unidos, a semana é carregada de eventos importantes, como a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI), na quarta-feira, além de outros indicadores de atividade econômica no país.

No Brasil, os ativos vêm sendo pressionados também pelas questões intrínsecas ao país, como o desarranjo das contas públicas. Hoje, a Câmara dos Deputados tenta votar, em dois turnos, a PEC dos Benefícios, que amplia os gastos do governo em cerca de R$ 41 bilhões fora do teto de gastos. Apelidado de “PEC Kamikaze” ou “PEC Eleitoral”, o pacote reacendeu temores de descontrole fiscal e de uma pressão ainda maior nos juros e inflação.

Há ainda a previsão de que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que amplia o poder da Câmara sobre ‘orçamento secreto’, seja votada nesta terça.

Os agentes locais repercutem também os dados de atividade do setor de serviços. Segundo o IBGE, O volume de serviços prestados no Brasil cresceu 0,9% em maio. Com o resultado, o setor acumula alta de 3,3% nos últimos quatro meses.

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