Dólar abre em alta, com arcabouço fiscal e política monetária no radar

By Tyler Benovetti 3 Min Read

Na quarta-feira, a moeda norte-americana recuou 0,75%, cotada a R$ 4,9495.

O dólar abriu em alta nesta quinta-feira (11), com investidores atentos ao cenário político, com debates sobre o arcabouço fiscal e a política monetária.

O mercado também repercute novos dados econômicos divulgados no exterior, com destaque para a inflação chinesa, que desacelerou em abril.

Às 10h, a moeda americana subia 0,46%, cotada a R$ 4,9721. Veja mais cotações.

No dia anterior, o dólar teve queda de 0,75%, aos R$ 4,9495. Com o resultado, a moeda passou a acumular:

Alta de 0,13% na semana;
Queda de 0,76% no mês;
Baixa de 6,22% no ano.

O que está mexendo com os mercados?
A quinta-feira é dia de agenda esvaziada no Brasil, mas investidores seguem atentos aos debates sobre o arcabouço fiscal e a política monetária.

Em entrevista ao jornal O Globo, o diretor de Política Econômica do Banco Central do Brasil, Diogo Guillen, que é o responsável pela elaboração das atas do Comitê de Política Monetária (Copom), disse que é preciso “paciência e serenidade” antes que a instituição comece com os cortes de juros, já que o país ainda enfrenta uma forte pressão inflacionária sobre os preços dos serviços.

Já sobre o arcabouço fiscal apresentado pelo Ministério da Fazenda, o diretor afirmou que, apesar de ter reduzido os “riscos sobre a economia”, a proposta ainda não teve efeito sobre a inflação, os juros e o preço do dólar.

Em Brasília, informações do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 revelam que o governo conta com a reforma tributária para ajudar no ajuste das contas públicas no próximo ano.

“Ao simplificar e modernizar o sistema tributário brasileiro, essa reforma irá gerar efeitos positivos na produtividade e no crescimento econômico. Esse maior crescimento permitirá ao país realizar um menor esforço fiscal para estabilizar a sua dívida pública como proporção do PIB”, diz o documento.
A reforma tributária está sendo avaliada pelo Legislativo e pode ser votada ainda neste semestre pela Câmara dos Deputados. A percepção da área econômica é de que há um clima positivo para que a reforma seja aprovada pelo Congresso Nacional até o fim de 2023.

No exterior, o Banco da Inglaterra elevou os juros em 0,25%, para 4,50% ao ano.

Na China, a inflação ao consumidor teve avanço de 0,1% em abril, uma desaceleração em relação a maio e abaixo das expectativas do mercado. A inflação ao produtor também desacelerou, caindo 3,6% no mês passado.

A inflação abaixo do esperado na segunda maior economia do mundo tem derrubado os preços de algumas commodities no pregão, com a percepção de que a demanda do país por diversos produtos pode cair.

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